O século XX será
conhecido como o mais
turbulento da história
humana. Durante seus
primeiros 45 anos, houve
duas guerras mundiais
que dizimaram milhões e
milhões de pessoas. Esse
foi o século em que o
comunismo começou a
florescer na Rússia e se
espalhou pelo mundo.
Contudo, vimos também o
colapso interno do
comunismo, vividamente
demonstrado na queda do
Muro de Berlim.
Foi no século XX que
vimos também a ascensão
de um espírito sinistro
que enganou o povo
através da tentativa de
solucionar o chamado
problema mundial
judaico. O mesmo
espírito foi responsável
pelo surgimento da
estrutura de poder
anti-semita mais temida
que o mundo já conheceu.
Mais de 6 milhões de
judeus pereceram nas
mãos do regime nazista
alemão, na liderança de
Adolf Hitler.
O
Regresso dos Judeus
No século XX também
experimentamos algo
absolutamente singular:
o retorno dos judeus à
terra de seus pais. Ao
final do século XIX, os
primeiros colonizadores
judeus começaram a
chegar à terra de
Israel. Eles se uniram
com aqueles que já
estavam ali e começaram
a cultivar as partes do
território chamado de
Palestina. Seu objetivo
era restaurar a terra,
trazê-la de volta à vida
e produzir comida para o
povo que ainda haveria
de chegar.
Naqueles primeiros dias, a terra parecia sem
qualquer esperança. Mas
os judeus persistiram, e
o fruto do seu trabalho
foi a fundação do Estado
de Israel no dia 14 de
maio de 1948. Desde
aquela época, o foco das
atenções transferiu-se
dramaticamente do novo
mundo, os Estados
Unidos, para o velho
mundo, o Oriente Médio,
como sendo o centro do
futuro.
Paralelamente ao
desenvolvimento do
moderno sionismo, com
seu alvo de fazer os
judeus voltarem à terra
de Sião, surgiu também a
fenomenal explosão da
importância das nações
árabes. De repente e sem
que se pudesse esperar,
o mundo industrializado
viu-se à mercê do mundo
árabe que controlava as
vastas reservas de
petróleo. Enquanto
centenas de livros são
escritos acerca do
conflito do Oriente
Médio e um volume de
documentos quase
inesgotável está à nossa
disposição, queremos
salientar que o conflito
todo não é simplesmente
algo político,
religioso, militar ou
econômico, mas, na
realidade, é um conflito
familiar. Assim como
dois filhos de uma
família brigam por um
brinquedo, judeus e
árabes continuam a
brigar pela herança: a
terra de Israel.
Abraão: o Início de
Israel e dos Árabes
Abraão é o homem com quem esse conflito
árabe/judeu começou. Ele
foi uma pessoa singular
porque recebeu uma
promessa muito especial
de Deus, o Criador.
No capítulo 11 de
Gênesis lemos a respeito
da tentativa malograda
de conseguir uma unidade
mundial através da Torre
de Babel, que
supostamente deveria
atingir os céus. Em
Gênesis 12 lemos, então:
"Ora, disse o SENHOR a
Abrão: Sai da tua terra,
da tua parentela e da
casa de teu pai e vai
para a terra que te
mostrarei; de ti farei
uma grande nação, e te
abençoarei, e te
engrandecerei o nome. Sê
tu uma bênção!
Abençoarei os que te
abençoarem e
amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; em ti
serão benditas todas as
famílias da terra" (vv.
1-3).
Não se trata de uma
bênção pronunciada por
um sacerdote, um profeta
ou algum grande
dignitário. Esta bênção
foi confirmada pela
promessa quádruplo dada
a Abraão por ninguém
menos do que o próprio
Criador do céu e da
terra, o Deus eterno que
sempre foi, que é e que
sempre será!
Esse homem, Abraão, foi
instruído por Deus a
deixar tudo para trás e
fazer uma jornada à
Terra Santa. Ele teve de
deixar seu país, sua
parentela, até mesmo a
casa de seu pai, e
viajar para um lugar que
lhe era desconhecido. E
esse homem confiou no
Deus vivo que lhe havia
falado e partiu.
Uma das características
singulares de Abraão foi
que ele obedeceu naquilo
que foi instruído a
fazer. Ele creu em Deus
e imediatamente agiu.
Por esse motivo, lemos
no Novo Testamento:
"...para vir [Abraão] a
ser o pai de todos os
que crêem..." (Romanos
4.11).
Abraão era um admirável e fiel servo do
Senhor. Ele creu em Deus
mais do que em qualquer
outra coisa. Todavia, em
algumas ocasiões, Abraão
permitiu que a sua carne
corresse em paralelo à
sua vida de fé.
Por isso o conflito que
vemos hoje no Oriente
Médio pode ser remontado
às origens desse grande
patriarca do povo de
Israel e dos árabes.
Abraão e os Árabes
A paciência de Sarai,
esposa de Abraão,
esgotou-se primeiro:
"Disse Sarai a Abrão:
Eis que o SENHOR me tem
impedido de dar à luz
filhos; toma, pois, a
minha serva, e assim me
edificarei com filhos
por meio dela. E Abrão
anuiu ao conselho de
Sarai" (Gênesis 16.2).
Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um
momento de fraqueza. Ele
se esqueceu de Deus e
logicamente chegou ao
ponto onde também deve
ter pensado: "Nós temos
de fazer alguma coisa!"
Pode bem ser que ele
tenha concordado com
Sarai, julgado ser essa
a solução do Senhor, e
deste modo seguido o
conselho de sua esposa.
"Ele a possuiu, e ela
concebeu. Vendo ela que
havia concebido, foi sua
senhora por ela
desprezada" (v. 4).
Obviamente, esse não era
o caminho que Deus
planejara para dar uma
descendência numerosa a
Abraão. Imediatamente
começaram os problemas.
Sarai, a legítima
esposa, passou a ser
desprezada aos olhos de
sua serva Hagar, que deu
a Abraão um filho, o seu
primogênito, chamado
Ismael.
Se Abraão e Sara
reconheceram que aquilo
que fizeram estava
errado, não há evidência
disso nas Escrituras.
Treze anos mais tarde,
entretanto, Deus falou a
Abrão, agora com 99 anos
de idade, repetindo
novamente a promessa que
Ele lhe fizera anos
atrás.
Mas então Deus mudou o
nome de Abrão para
Abraão. Abrão significa
"pai das alturas" ou
"pai exaltado", e Abraão
significa "pai de
multidão".
A
Oração de Abraão pelos
Árabes
Depois de receber outras
instruções, Abraão
aparentemente começou a
pensar que Deus estava
confirmando Ismael como
Sua semente escolhida.
Ele orou: "...Tomara que
viva Ismael diante de
ti!" (Gênesis 17.18).
Mas Deus rapidamente o
corrigiu: "De fato,
Sara, tua mulher, te
dará um filho, e lhe
chamarás Isaque;
estabelecerei com ele a
minha aliança, aliança
perpétua para a sua
descendência" (v.19).
Apesar disso, Deus
afirmou muito
especificamente que
havia ouvido as orações
de Abraão a favor de
Ismael: "Quanto a
Ismael, eu te ouvi:
abençoá-lo-ei, fá-lo-ei
fecundo e o
multiplicarei
extraordinariamente;
gerará doze príncipes, e
dele farei uma grande
nação" (v. 20). Mas o
Senhor enfatizou que
Ismael não era o
portador da aliança, mas
sim Isaque: "A minha
aliança, porém,
estabelecê-la-ei com
Isaque, o qual Sara te
dará à luz, neste mesmo
tempo, daqui a um ano"
(v.21).
Bênçãos para Ismael
A escolha de Isaque,
entretanto, não diminuiu
a tremenda bênção sobre
Ismael. Ismael deveria
ser abençoado, ser
frutífero,
multiplicar-se, não
apenas de maneira
normal, mas
"extraordinariamente".
Ele seria pai de 12
príncipes e não se
tornaria apenas uma
nação, mas "uma grande
nação".
O cumprimento dessa
profecia encontra-se em
Gênesis 25. Lemos na
genealogia de Ismael que
dele realmente
descenderam 12
príncipes.
Ismael, portanto, não deve ser menosprezado
ou rejeitado, pois Deus
deu a ele e a seus
descendentes grandiosas
bênçãos e as promessas
que acabamos de citar.
Entretanto, os descendentes de Ismael
tornaram-se inimigos
ferrenhos de Israel,
descendentes de Isaque
(veja Salmo 83). E
permanecem assim até o
dia de hoje.
Outros Descendentes de
Abraão
Sara, a amada esposa de
Abraão, deu à luz ao
filho da promessa com 90
anos de idade e acabou
morrendo aos 127 anos.
Após Abraão ter enviado
o seu servo para
procurar uma esposa para
Isaque, o que,
incidentalmente,
fornece-nos um quadro
profético da Noiva de
Cristo, achou obviamente
que o seu chamado estava
completado, que o seu
ministério estava
concluído.
Depois que Isaque se casou com Rebeca,
Gênesis 25 diz:
"Desposou Abraão outra
mulher; chamava-se
Quetura. Ela lhe deu à
luz a Zinrã, Jocsã,
Medã, Midiã, Isbaque e
Suá. Jocsã gerou a Seba
e a Dedã; os filhos de
Dedã foram: Assurim,
Letusim e Leumim. Os
filhos de Midiã foram:
Efá, Efer, Enoque, Abida
e Elda. Todos estes
foram filhos de Quetura.
Abraão deu tudo o que
possuía a Isaque. Porém,
aos filhos das
concubinas que tinha,
deu ele presentes e,
ainda em vida, os
separou de seu filho
Isaque, enviando-os para
a terra oriental" (vv.
1-6). Abraão, já em
idade avançada, criou
outra família!
Pesquisando sobre a genealogia dessa família,
descobrimos que os
filhos de Abraão com
Quetura também se
tornaram inimigos
ferrenhos de Israel.
Portanto, vemos
claramente que os árabes
em geral, que
reivindicam ter Abraão
como pai, certamente
pertencem à mesma
família e estão ligados
a Israel.
Nesse contexto, é
extremamente
interessante observar o
que mostrou uma pesquisa
recente:
Estudo de DNA comprova
que judeus e árabes são
parentes próximos, como
diz a Bíblia.
(...) Com uma nova
técnica baseada no
estudo da descendência
masculina, biólogos
concluíram que as várias
populações judaicas não
apenas são parentes
próximas umas das
outras, mas também de
palestinos, libaneses e
sírios. A descoberta
significa que todos são
originários de uma mesma
comunidade ancestral,
que viveu no Oriente
Médio há 4000 anos. Em
termos genéticos
significa parentesco bem
próximo, maior que o
existente entre os
judeus e a maioria das
outras populações.
Quatro milênios
representam apenas 200
gerações, tempo muito
curto para mudanças
genéticas
significativas.
Impressiona como o
resultado da pesquisa é
coerente com a versão
expressa da Bíblia de
que os árabes e judeus
descendem de um
ancestral comum, o
patriarca Abraão.
(...) Os pesquisadores perceberam também que,
apesar da longa
diáspora, as populações
judaicas mantiveram
intacta a identidade
biológica (...) O
resultado não apenas
está de acordo com a
tradição bíblica como
refuta as teses de que
as comunidades judaicas
atuais consistem
principalmente de
descendentes de
convertidos de outras
crenças... (Veja,
17/5/2000, p. 86, ênfase
acrescentada)
Unidade
Final
O conflito familiar no
Oriente Médio não pode
ser resolvido por
diplomatas, nem pelos
Estados Unidos, nem pela
Europa e nem pelas
Nações Unidas.
Apenas o próprio Senhor, o Príncipe da Paz,
haverá de consegui-lo,
pois Ele pagou o preço
pela paz. Ele sozinho é
capaz de promover a
reconciliação; não a que
é elaborada por hábeis
políticos, num pedaço de
papel, mas Ele ordenará
a paz com base em Suas
palavras: "...Está
consumado!" Essas
palavras estão seladas
com Seu sangue
eternamente eficaz. O
verdadeiro preço pela
paz já foi pago por
completo!
Quando Israel finalmente O enxergar como
Aquele a quem eles
traspassaram e
reconhecerem a Ele, o
Salvador do mundo, o
Messias de Israel, isto
não mais ficará em
segredo, mas também
atingirá todas as nações
ao redor de Israel.
Deus, então, fará
cumprir todas as
promessas que deu a
todos os filhos de
Abraão.
O
profeta Isaías previu o
poder unificador do
Senhor há mais de 2.700
anos: "Naquele dia,
haverá estrada do Egito
até à Assíria, os
assírios irão ao Egito,
e os egípcios, à
Assíria; e os egípcios
adorarão com os
assírios. Naquele dia,
Israel será o terceiro
com os egípcios e os
assírios, uma bênção no
meio da terra; porque o
SENHOR dos Exércitos os
abençoará, dizendo:
Bendito seja o Egito,
meu povo, e a Assíria,
obra de minhas mãos, e
Israel, minha herança"
(Isaías 19.23-25).